segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Sonhar é Preciso, Viver não é Preciso.

Ir. Carlomar Silva Gomes de Almeida

Past Eminente Grão Mestre da GLMEES


SIC TRANSIT GLORIA MUNDI. Dessa maneira, o apóstolo Paulo definiu a condição humana em uma de suas epístolas: a glória do mundo é transitória e, mesmo sabendo disso, o homem sempre parte em busca do reconhecimento pelo seu trabalho.


Por quê? O que existe nessa estrada? Que força é essa que nos empurra para longe do conforto daquilo que é familiar, e nos faz enfrentar desafios, mesmo sabendo que a glória do mundo é transitória?


Creio que esse impulso se chama: a busca do sentido da vida. Basta apenas reunir coragem suficiente para lutar por seus sonhos, e apoio esta assertiva em uma expressão do apóstolo Paulo - “combater o bom combate e manter a fé”. O Bom Combate é aquele travado porque o nosso coração pede. Nas épocas heróicas, no tempo dos cavaleiros andantes, isso era fácil, havia muita terra para conquistar e muita coisa para fazer. Hoje, porém, o mundo mudou e o Bom Combate veio dos campos de batalha para dentro de nós mesmos.


O Bom Combate é aquele que é travado em nome de nossos sonhos. Quando eles explodem dentro de nós com todo o seu vigor - na juventude - temos muita coragem, mas ainda não aprendemos a lutar. Depois de muito esforço, terminamos aprendendo, e então já não temos a mesma coragem. Por isso, nos voltamos contra nós, e nos transformamos em nosso pior inimigo. Dizemos que nossos sonhos eram infantis, difíceis de realizar, ou frutos de nosso desconhecimento das realidades da vida. Matamos nossos sonhos porque temos medo de combater o Bom Combate.


O sintoma de que estamos matando nossos sonhos é a falta de tempo. As pessoas mais ocupadas que conheci até esta data sempre têm tempo para tudo e para todos. As que nada fazem estão sempre cansadas não dão conta do pouco trabalho que precisam realizar, e se queixam constantemente que o dia é curto demais. Na verdade, elas têm medo de saber onde vai dar a misteriosa estrada que passa pela sua aldeia.


Outro sintoma da morte de nossos sonhos são nossas certezas. Porque não queremos aceitar a vida como uma grande aventura a ser vivida, passamos a nos julgar sábios, justos e corretos. Raul Seixas, saudoso Compositor popular, descreveu bem a alegria no coração dos guerreiros, ao escrever: “Prefiro ser Uma metamorfose ambulante. Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo”.


SIC TRANSIT GLORIA MUNDI. A glória do mundo é transitória, e não é ela que nos dá a dimensão de nossa vida - mas a escolha que fazemos, de seguir nossa lenda pessoal, acreditar em nossas utopias, e lutar por nossos sonhos. Somos todos protagonistas de nossas vidas, e muitas vezes são os heróis anônimos que deixam as marcas mais duradouras.


Assim, nas atribulações e adversidades do nosso cotidiano sob os olhares dos pessimistas de plantão, sussurros das excelências do imobilismo e do estabilishment e censuras dos comodistas por natureza que asseveram que a hora é de fiar e não de se aventurar ouso exclamar tal qual no episódio de nossa carta de marear que não é de Camões e sim de Fernando Pessoa ao bradar: "Navegar é preciso, Viver não é preciso”, em versão parodiada que, Sonhar é preciso, Viver não é preciso.


Desta forma da grade do oriente, auguro sob a proteção do GADU e alardeio a todos os obreiros, sem receio ou leve submissão; Meus irmãos, eu vejo a LUZ, tal qual o dia de minha iniciação a nos guiar a ir mais longe, fazendo progressos na maçonaria sendo instrumento de paz, concórdia, união e evolução maçônica com liberdade e observância dos bons costumes e tradições de nossa ordem, porque; Sonhar é preciso, viver não é preciso.


Assim Seja.

Texto Adaptado