sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

A Maçonaria do Brasil

E a abolição da escravatura


Através de uma homenagem a José do Patrocínio, o maçon brasileiro Osvaldo Pereira da Rocha, do Maranhão, deu a conhecer, entre uma variedade muito rica de temas, alguns aspectos do contributo da Maçonaria Brasileira para o fim da escravatura. Osvaldo Pereira da Rocha intervinha no I Encontro Internacional de Cultura Maçónica (Lisboa - 18 a 20 de Outubro de 2007), ao tornar-se sócio efectivo da Academia Maçónica Internacional de Letras (AMIL).


José Carlos do Patrocínio nasceu em Campos de Goytacazes, no ano de 1854, no Estado do Rio de Janeiro, filho natural do padre João Carlos Monteiro. Só com o ensino primário, fixou-se na então capital do Brasil, aos 14 anos.

Foi um brilhante autodidacta e concluiu o curso de Farmácia em 1874. Logo no ano seguinte, principiou um tercurso brilhante no campo do jornalismo, publicando o quinzenário “Os Ferrões”, com Demerval Fonseca. Daqui passaria para a “Gazeta de Notícias”, primeiro, e depois para a “Gazeta da Tarde”.

Em 1881, José do Patrocínio fundou a Confederação Abolicionista, em cujo manifesto colaborou. No ano seguinte, foi homenageado no Ceará, estado que decretaria a abolição total da escravatura, em 1884.

Já director do jornal “Cidade do Rio”, que fundou, “saudou, em 13 de Maio de 1888, o advento da Abolição, pelo qual tanto lutara” e faleceu aos 51 anos, como referiu Osvaldo Pereira da Rocha, que afirmou: “Especificamente sobre a Maçonaria e o Maçon José do Patrocínio, publique-se que um dos capítulos memoráveis da história brasileira é a relação da Maçonaria com a comunidade negra. A instituição dos pedreiros livres teve e tem grandes quadros negros. Ela organizou a luta pela libertação do país em diversos momentos históricos - desde fins do século XVIII, quando chegou ao Brasil - e se fortaleceu institucionalmente ao lutar por mais de 50 anos pela libertação dos escravos”.

Os mulatos André Rebouças e Luiz Gama acompanharam José do Patrocínio no famoso trio abolicionista, que contou com o apoio de lojas cariocas e paulistas. “Foram eles que fundamentaram a cultura da libertação dos negros através de artigos, manifestos, actos públicos, conquista de adeptos para a causa e com discursos inflamados país afora. Com apoio maçónico, o referido trio afro-descendente ligou os seus nomes definitivamente à causa da libertação negra. Essa luta contou com a participação, na época, de quase todas as lojas maçónicas espalhadas pelo território brasileiro”, recordou Osvaldo Pereira da Rocha, na sua “Homenagem a José do Patrocínio”.

Fonte: Grande Oriente Luzitano.

1 comentários:

Anônimo disse...

Muito bacana esta matéria!
Abração.